quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Gonçalina e Ponciano.....

GONÇALINA CAETANO DA ROCHA, filha de Venceslau José da Rocha e Maria Amélia Caetano da Rocha, nasceu  no dia 30/01/1897, nas Laranjeiras, 3º distrito de Viamão. Foi batizada pelo seu primo Osório Rocha e sua mulher Piedade.
Casou com  PONCIANO VIEIRA DA SILVA, em 1 de julho de 1922,  na casa de sua mãe, Maria Amélia, na presença do Juiz distrital Capitão Lino José de Campos, do escrivão,  e das testemunhas: Pedro Vaz Ferreira e Adolfo José da Rocha. Ele com 24 anos ( nasceu em 20/10/1897), agricultor , residente na Faxina, 3º distrito de Viamão, filho de Euzébio Cardoso da Silva e Constancia Vieira de Aguiar, que já viviam em Porto Alegre. Ela com 25 anos, professora Municipal, morava  com a mãe, seu pai já era falecido ( LC nº3,124v/125- Cartório Distrital de Águas Claras).
Após o casamento foram morar na chácara da Faxina. Tiveram 12 filhos: Wenceslau, Euzébio, Waldomiro, Osório, Antonieta, Julieta, Ponciano, Maria Amélia, Edemundo, Mercedes, Samuel e Gonçalvina.



A diferença de 16 anos entre o primeiro e o último filho, produziu vivências diferentes entre os irmãos. Os mais novos conviveram pouco com os mais velhos.
A Gonçalina levou a escola das Laranjeiras para a Faxina. Lá foi contratada pela Prefeitura para lecionar, por indicação do reverendo Américo Vespúcio Cabral.
Quando o Euzébio nasceu, a Clarinda, parente do Ponciano, que tinha 10 anos e estudava na sua escola, foi morar junto, para ajudá-la. Acabou ficando até os 30 anos quando casou com o Argeu, parente da Gonçalina.


As primeiras aulas municipais foram na sua casa. Depois, com o oferecimento de um lote, na beira da estrada dentro da chácara, o município fez uma escola. Os alunos eram os filhos e vizinhos que chegavam a pé ou a cavalo. Na época, a professora podia usar a palmatória, para  manter a disciplina e todas as séries estudavam juntas.
A Gonçalina, constantemente, ia à cidade para fazer compras e levar os comprovantes das aulas para o município.    

Gonçalina na cidade
Ela  também cuidava da casa e dos filhos, fazia as roupas,  pães, roscas e merengues, além de bolos, doces e salgados, por encomenda.
Em 1947 a Antonieta, através de concurso, foi nomeada professora na mesma escola, passando a dividir as aulas com a mãe.


O principal meio de subsistência foi por muito a fabricação da farinha de mandioca. Com a ida da maioria dos filhos homens para Porto Alegre, a fabricação da farinha foi substituída pela produção de leite.
Em 1958, deixando a chácara aos cuidados de um empregado, foram morar, com os filhos, em Porto Alegre.





O Ponciano faleceu em 5 de outubro de 1987, aos 90 anos e a Gonçalina em 26 de outubro de 1993, aos 96 anos.
( Retirado, em partes, do jornal  do  XII Encontro da família Vieira)

Gonçalina  foi uma grande mulher, autodidata, mãe , teve 12 filhos. Os criou e educou, incutindo-lhes o desejo pela leitura e  consequentemente os sonhos. Tanto, que foram um a um , deixando o campo e indo pra cidade, a procura de melhores condições de vida e de formação profissional.

Algumas declarações dos filhos:
 Samuel: "A mãe era atenciosa, apegada aos filhos, não gostava de brigas e procurava a união de todos. Quando corrigia provas ou ia a reuniões em Viamão, a Clarinda estava sempre presente, cuidando da alimentação, vestuário e disciplina. Considera isto o motivo de sucesso de todos os filhos. Acha que a mãe prestigiava muito os filhos homens. No inverno, quando o trabalho na roça era muito duro, eram esperados com alimentação e água quente".

 Mercedes: "A mãe era boa bailarina. A mãe tinha muita desenvoltura, tinha bom relacionamento inclusive com o prefeito. O pai também não era tímido. Lembra do pai correndo atrás do Ponciano e a mãe dizendo para o Vieira parar."

 Edemundo: " A mãe era carinhosa, apegada aos filhos, tentando a união de todos. "

 Maria Amélia: "Aprendeu a ler com a mãe.Acha que a mãe foi muito enérgica com os filhos, talvez por ter sido a professora também."

Em síntese, Gonçalina era uma mulher enérgica, trabalhadora, apegada aos filhos, carinhosa e acima de tudo  prezava a união da família.

Um comentário:

  1. Sou descendente muitas vezes da família Rocha.
    Descendo de Jacinto de Sousa Rocha, pelo filho Fidélis de S. Rocha, o neto Marcolino e o bisneto Marciano de Sousa Rocha. Esse último é pai do meu avô materno, Saturnino Antônio de Oliveira.
    Sou também descendente dos seguintes outros sete filhos de Domingos de Sousa Rocha:
    Feliciano de Sousa Rocha
    Francisco de Sousa Rocha
    Felicidade Maria da Conceição
    Serafin(o) de Sousa Rocha
    Narciso de Sousa Rocha
    Firmino de Sousa Rocha
    Maria Joaquina da Conceição.

    Muito interessante ver uma foto de uma prima-irmã de meu trisavô Marcolino de Sousa Rocha, Maria Amélia Caetano da Rocha. Tenho uma foto de meu bisavô, Marciano Antônio da Rocha.

    Att
    Vinícius Oliveira Godoy
    vogodoY@gmail.com

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